Vivendo diariamente com crianças
e adolescentes, tenho ouvido falar com certa freqüência sobre ONE DIRECTION.
Sou sincero em dizer que não conheço, nem me apetece conhecê-los. Mas é
engraçado como as meninas brigam, choram e até mesmo se esbofeteiam nas escolas
por esses meninos. Eu mesmo já tive certo fanatismo (claro que nunca cheguei a
esses extremos) e ainda continuo tendo, uma vez que é daí que deriva o vocábulo
Fã.
Entretanto, é claro que devem
existir certos limites. E já postei aqui sobre limites flexíveis e sobre quebra
de paradigmas, mas o que falar de exageros e fanatismos? Quando se refere a
fanatismo, geralmente se leva o pensamento automaticamente à religião, mas o
tema é bem mais amplo. Existe fixação de todos os tipos: gente vidrada em magreza,
em atividade física, em dinheiro, em status social... É um “sem fim” de temas
que podem levar ao desequilíbrio mental. De toda e qualquer forma, o excesso é
algo que traz conseqüências graves, não só para quem produz esse pensamento
fixo, mas também para aqueles que estão ao seu redor.
Pessoas fixadas, em alguma coisa,
se tornam chatas. Suas conversas giram em torno sempre da MESMA coisa e, ao
menos que encontre alguém tão neurótico quanto, essas pessoas tendem a serem
evitadas, isoladas e tornam-se objetos de chacota. Ainda mais quando o
fanatismo é tanto que transforma uma pessoa “da água para o vinho” e “do dia
para a noite”. E o que dizer de gente que modela sua vida e suas relações em
prol de conseguir sua META? Não que as pessoas não tenham metas de vida, muito
pelo contrário. O que está em jogo é SÓ VIVER EM FUNÇÃO DE UMA COISA.
Há muita gente que se submete a
tratamentos ofensivos, anulações, frustrações pessoais e até mesmo humilhação,
tudo isso em função de alguma coisa que consideram “profundamente fundamental”. E mais que procurar suas próprias condenações
( sim, porque torna-se uma escravidão completa, uma vida totalmente condenada a
certa devoção) acabam por tentar
convencer as pessoas ao redor a estarem tão preocupadas, quanto elas, naquilo
que lhes seduz. E, não dificilmente, chegam ao ponto de comentar (condenar),
quem não tem o mesmo pensamento, e estão sendo felizes nas suas vidas simples,
sem exageros, sem fixações, sem neuroses e sem maiores pretensões: vivendo
felizes com o que tem e o que são.
Ao mesmo tempo não é saudável viver sem
ambições. Mas que sejam ambições igualmente saudáveis, com a resignação da
frustração e com limites de valores humanos e de auto-valorização.